A percepção do Bitcoin ainda é motivo de debate. Muitos questionam o seu valor intrínseco, chegando a afirmar que poderia desvalorizar-se até tornar-se irrelevante ou seja, chegar a zero.

Mas como pode uma criptomoeda que, há mais de 14 anos, opera ininterruptamente, resistindo a inúmeros ataques cibernéticos e servindo como refúgio financeiro para comunidades que enfrentam crises monetárias, ser considerada sem valor?

Será mesmo que o Bitcoin pode ir a zero? Neste artigo, vamos desvendar os equívocos por trás desse mito e elucidar o real valor e potencial do Bitcoin.

Zero foi o ponto de partida

A rede Bitcoin começou a operar em 2009 e, naquela época, um bitcoin valia zero reais. Contudo, isso não significa que o bitcoin voltará a valer zero algum dia. Isso está relacionado com a teoria subjetiva do valor, a qual afirma que algo possui valor a partir do momento em que as pessoas reconhecem esse valor.

Esse valor é subjetivo; são as pessoas que determinam o que é valioso ou não para elas.

Quando o bitcoin foi criado, poucas pessoas conseguiam compreender a utilidade e o valor de uma moeda descentralizada, programável, com escassez precisa e capaz de resistir à censura e à inflação, como é o caso do bitcoin.

Conforme essas propriedades forem sendo percebidas e compreendidas, o bitcoin tenderá a se valorizar, se fortalecer e reforçar a percepção do seu valor.

Mas então, por que muitas pessoas ainda insistem em falar que o bitcoin voltará a valer zero, mesmo com seu contínuo aumento de valor?

Os defensores do sistema financeiro tradicional justificam que o bitcoin vai a zero porque:  

  1. Não possui “valor intrínseco”;
  2. Não é emitido por um Banco Central.

No entanto, é irônico que seja exatamente por essas razões que o bitcoin possui um valor tão significativo.

O que é valor intrínseco?

O valor intrínseco, também conhecido como valuation, é um cálculo utilizado para avaliar se as ações de uma empresa estão caras ou baratas com base em seus fundamentos.

Portanto, não faz absolutamente nenhum sentido procurar um valor intrínseco ou valuation para o bitcoin. Afinal, o bitcoin não é uma empresa, não possui fluxo de caixa, CEO ou EBITDA para que se tente encaixá-lo em modelos que não se aplicam à sua natureza.

Além de ser totalmente inadequado tentar aplicar o conceito de valuation ao bitcoin, o fato de o bitcoin não ser emitido por um Banco Central é uma característica positiva e não um defeito. A descentralização é uma das premissas e inovações do bitcoin. Não há uma única entidade centralizada que possa intervir ou controlar o bitcoin. Esse é, de fato, um dos fatores que confere um alto valor a essa moeda e tecnologia.

Por outro lado, as moedas fiats, emitidas por Bancos Centrais, estão constantemente sujeitas à influência de suas instituições em decorrência da emissão de novas moedas e de outras ações, como a manipulação das taxas de juros.

Isso acarreta consequências graves!

Se analisarmos as moedas emitidas por Bancos Centrais, todas elas perderam valor ao longo do tempo.

Vamos examinar alguns exemplos:

Real Brasileiro

O real brasileiro perdeu cerca de 85% do seu poder de compra desde o momento de sua criação. Por exemplo, o equivalente a cem reais em seu poder de compra original hoje valeria aproximadamente dezesseis reais.

Gráfico que mostra a perda do poder de compra do Real

Dólar

No caso do dólar norte-americano, ele sofreu uma perda de cerca de 95% do seu poder de compra desde a sua introdução. Atualmente, o poder de compra de 25 dólares corresponderia a apenas 1 dólar em termos de poder aquisitivo.

Perda do poder de compra do Dolár

Euro

Quanto ao euro, desde o seu lançamento em 1999, ele experimentou uma desvalorização de cerca de 85% em relação ao seu valor inicial.

Gráfico que mostra o valor do Euro, comparado com o Ouro

O problema da existência dos Bancos Centrais

A verdade é que a existência de um Banco Central é o que provoca a perda do poder de compra de todas as moedas que existiram ao longo da história.

Isso ocorre porque os Bancos Centrais têm a capacidade de emitir uma quantidade ilimitada de moeda para atender às suas agendas políticas.

Portanto, é como se você tivesse uma impressora em casa e pudesse imprimir dinheiro. Assim, você pagaria todas as suas contas e ficaria contente, entretanto, essas novas moedas que você está introduzindo no mercado acabariam desvalorizando todas as outras que estão em circulação.

É justamente isso que os Bancos Centrais fazem: criam dinheiro do nada para pagar as próprias contas, o que provoca a inflação e a desvalorização da moeda.

Imprimir dinheiro não é algo novo. Nas décadas de 1980 e 1990, essa foi a receita para a hiperinflação, numa tentativa do banco central de “controlar a economia”. Um ato que gerou ainda mais descontrole.

Impressão Digital

Hoje em dia, os bancos centrais estão deixando de lado as impressoras físicas e estão optando pela impressão digital. Por exemplo, em 2020, os EUA gastaram cerca de US$ 6,5 trilhões, mas a receita americana foi de US$ 3,4 trilhões.

Como os EUA resolveram essa diferença de caixa?

Eles estão injetando liquidez, ou seja, estão introduzindo mais unidades de dólares digitais nos bancos e na economia, um processo conhecido como Quantitative Easing.

Se o FED, o Banco Central Americano, está recorrendo à injeção de liquidez, isso significa que todas as moedas do mundo sofrerão as consequências disso, afinal, vivemos no padrão dólar.

Eles estão gastando dinheiro que não possuem e criando moeda sem lastro para financiar a própria falta de educação financeira.

Mas, isso ocorre em todo o mundo. Nem mesmo os Bancos Centrais seguem a máxima de “não gaste mais do que você ganha“.

No curto prazo, essa injeção de dinheiro proporciona a falsa sensação de que a tempestade passou. Imprimir dinheiro é comparável a adicionar continuamente mais água ao suco para render mais bebida. No entanto, em algum momento, o suco deixa de ser suco e transforma-se em água suja.

A mesma coisa ocorre com o dinheiro. Quanto mais os Bancos Centrais imprimem dinheiro, mais frágeis e diluídas as moedas se tornam.

Qual o efeito disso? Inflação

Inflação é a moeda perdendo o poder de compra diante de todos os outros bens e serviços.

É o dinheiro transformando-se em água suja. Ele não serve mais para o seu propósito inicial: manter valor.

Criar dinheiro do nada para quitar dívidas é muito tentador; é mais fácil do que realizar reformas ou enfrentar uma crise. No curto prazo, isso traz alívio político, mas não resolve os problemas econômicos, apenas os camufla.

A cada década, mais dinheiro precisa ser impresso, o que resulta em crises mais profundas, mais beneficiários do sistema, maior pobreza e desigualdade no mundo.

E o Bitcoin?

Foi para resolver essa questão que o Bitcoin foi criado.

Observe na imagem abaixo. Em amarelo, encontra-se o ouro, e todas as linhas que desabam abaixo da linha amarela são as moedas fiduciárias que desvalorizam em relação ao ouro, que é uma forma sólida e escassa de dinheiro que mantém seu poder de compra desde a antiguidade.

Gráfico que mostra a perda de valor de moedas fiduciárias, quando comparadas com Ouro

Viu só?! É por isso que o Bitcoin não chegará a zero.

O Bitcoin é comparado ao ouro, porém é aprimorado. Ele é digitalmente escasso, descentralizado, mais portátil e mais divisível que o ouro.

A única característica que o ouro possui e o bitcoin não tem é a adoção. No entanto, é importante lembrar que o ouro teve 6 mil anos para se estabelecer como reserva de valor, enquanto o bitcoin tem apenas 14 anos.

Motivos porque bitcoin não vai a zero

O Bitcoin, desde a sua criação em 2008 por uma entidade (ou entidades) sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, tem sido alvo de especulações, controvérsias e previsões diversas.

Algumas dessas previsões são extremamente pessimistas, sugerindo que o valor do Bitcoin poderia chegar a zero. No entanto, há diversos argumentos convincentes que sugerem o contrário.

Aqui estão alguns dos principais motivos pelos quais o Bitcoin não chegará a zero:

  • O Bitcoin não chegará a zero porque não possui um Banco Central para desvalorizá-lo por meio de expansão monetária.
  • O Bitcoin não chegará a zero porque possui uma oferta inelástica, fixada em 21 milhões de unidades, e não há nenhuma pessoa no mundo capaz de expandir o número de moedas que podem ser criadas.
  • Ele não chegará a zero porque é o sistema financeiro mais descentralizado e seguro que existe. Não há possibilidade de qualquer governo destruí-lo ou dominá-lo. Ele é à prova de fraudes, corrupção e censura.
  • O Bitcoin não valerá zero reais porque existe uma multidão de pessoas pronta para comprar a cada correção que ele enfrenta. Essa multidão está crescendo, demonstrando o aumento da demanda. Isso é o que mantém o Bitcoin se valorizando.
  • O Bitcoin possui uma rede extremamente segura, protegida por um processo chamado mineração, que envolve uma quantidade massiva de poder computacional. Isso torna a rede resistente a ataques e fraudes.

Conclusão

Por todas essas razões, é mais provável que as moedas fiats cheguem a zero do que o Bitcoin.

É comum a avalanche de críticas direcionada ao Bitcoin, pois tudo isso representa uma coisa: o medo da mudança. Esses ataques ocorreram com todas as tecnologias revolucionárias que surgiram; foi assim com a luz elétrica, com a bicicleta, com os computadores, com a internet e com o Bitcoin não seria diferente.

Isso é especialmente verdadeiro agora, uma vez que o Bitcoin está transformando todo o sistema financeiro e desafiando os mecanismos mais poderosos do mundo. No entanto, esses ataques acabam por fortalecer o BTC.

Fica evidente para o mundo o quanto ele é resistente a todos os tipos de ataques e continua se valorizando.

De fato, toda vez que alguém afirmou que o Bitcoin chegaria a zero, ele multiplicou de valor tempos depois, e essas pessoas acabaram por se contradizer.

O Bitcoin é uma fortaleza e nunca chegará a zero, pois nós, bitcoiners, estaremos sempre aqui para comprar.

Até a próxima e opt-out!

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Area Bitcoin

A Area Bitcoin é uma escola de educação sobre bitcoin que tem como objetivo acelerar a soberania financeira e intelectual de todas as pessoas.

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