O Bitcoin, como a criptomoeda pioneira e líder do mercado, tem o potencial de impactar significativamente as altcoins, ou seja, as outras criptomoedas existentes.

Sua ampla adoção e aceitação global podem levar à redução da relevância e utilidade das altcoins, à medida que o Bitcoin se estabelece como a principal escolha para transações e armazenamento de valor.

Embora muitas altcoins se dizem o próximo Bitcoin, prometendo ser mais revolucionárias, rápidas e úteis e além disso, dizem que bitcoin é velho, lento, ultrapassado e que esses novos projetos vão flippar rapidinho o BTC.

Será que não é o contrário que pode acontecer?

Confira neste artigo como Bitcoin pode acabar com as altcoins!

Bitcoin

Bitcoin tem evoluído de forma mais lenta que outros protocolos porque ele não muda conforme a demanda, a demanda tem que se adaptar às regras do protocolo.

A descentralização, a imutabilidade e a solidez matemática atingida pelo BTC é o que o mantém no topo da cadeia alimentar das blockchains ano após ano, mesmo sendo o protocolo com o menor apelo de marketing e de venture capitals.

Novas tecnologias não são o suficiente pra roubar o posto do Bitcoin. A descoberta de um verdadeiro “sound money” é algo raro e não é facilmente replicável ou substituível.

Entretanto, o mercado anseia por soluções como Defi, NFTs, jogos play to earn e etc, tudo em busca do novo Bitcoin, tudo em busca de uma nova oportunidade de valorização parabólica.

Então a pergunta que fica é: por que não ter tudo isso no protocolo Bitcoin?

Protocolo Bitcoin

Bitcoin segue sendo líder no mercado das criptomoedas por justamente ter uma blockchain, uma camada base, segura, imutável, verdadeiramente descentralizada e que não pode ser monopolizada, travada ou censurada por ninguém (leia nosso artigo sobre o Nostr!).

Para construir um protocolo P2P sem intermediários, é de extrema importância contar com uma camada base sólida e invulnerável.

Essa base resistente e imparável estabelece a fundação necessária para o desenvolvimento de camadas superiores no sistema.

Camadas Protocolo P2P

A construção de um prédio é um bom exemplo para ilustrar a importância de uma camada base resistente e estável. Assim como um engenheiro não pode começar a construir os andares superiores sem ter uma fundação sólida, o mesmo ocorre em um sistema com protocolo P2P.

Se a camada base não for forte, resistente e segura, todo o sistema corre o risco de colapso. Assim como um prédio sem uma base estável desmorona, um protocolo P2P sem uma camada base confiável não pode sustentar as camadas subsequentes.

Com protocolos financeiros é a mesma coisa.

O Bitcoin já possui uma camada base segura e consolidada há mais de 10 anos.

Agora, estamos testemunhando o surgimento de camadas adjacentes que trazem funcionalidades e escalabilidade adicionais.

É por isso que o Bitcoin está evoluindo através de múltiplas camadas, com códigos de programação empilhados que se conectam entre si, e todas essas camadas têm sua base sólida na blockchain, que é altamente resistente a ataques e falhas.

Essas camadas adicionais expandem as capacidades do Bitcoin e proporcionam um ecossistema mais avançado e versátil.

O que são sidechains e drivechains do Bitcoin?

Existem implementações que estão sendo discutidas nos fóruns de Bitcoin e que podem afetar a maior parte das altcoins e até substituí-las no futuro.

São as sidechains e drivechains! Camadas adjacentes e protocolos que podem trazer mais possibilidades, escalabilidade e usabilidade na rede btc.

As sidechains e drivechains são protocolos ou blockchains adjacentes ao Bitcoin que funcionam como camadas 2 e 3 e que podem cumprir com a função de qualquer altcoin que existe nos dias de hoje.

Atualmente os projetos cripto precisam criar sua própria blockchain ou acoplar em outras blockchains que já possuem essa estrutura pronta.

Entretanto, a maioria dessas blockchains pré-moladadas, como Ethereum, não tem uma camada base forte e mecanismos de consenso consolidados. Assim, mudam mecanismos fundamentais no meio do caminho para conseguir cumprir com as múltiplas funções com as quais o protocolo se propõe e com o que a comunidade demanda. Só que, com isso, acabam sacrificando segurança e descentralização estrutural.

Portanto, as drivechains e sidechains são blockchains conectadas à blockchain do Bitcoin, porém, diferentemente das altcoins, elas não possuem uma “moeda” nativa própria. Em vez disso, essas blockchains utilizam o Bitcoin para estabelecer paridade com os tokens que serão criados na cadeia paralela. Dessa forma, as drivechains e sidechains são lastreadas no próprio Bitcoin, aproveitando sua segurança e estabilidade como base para suas operações.

Como as sidechains podem acabar com as altcoins?

Com as sidechains é possível ter segurança e descentralização porque esses fundamentos são mantidos na camada base e a inovação acontece nas camadas adjacentes. Essas camadas permitem que os bitcoins sejam transferidos de um protocolo para outro sem expandir a oferta.

Os bitcoins são travados 1:1 em uma transação multisig na blockchain principal dando “lastro” a todos os bitcoins que serão cedidos para a blockchain colateral.

Dessa forma, qualquer blockchain que existe hoje pode se acoplar na blockchain bitcoin. Um exemplo que já existe hoje é o Bigblock, uma versão de Zcash na blockchain bitcoin.

Para fazer isso, uma blockchain entende o consenso da outra blockchain – um mecanismo chamado SPV em que os fundos estão travados na blockchain Bitcoin principal e podem ser destravados na sidechain.

O que é Mecanismo SPV?

O mecanismo SPV (Simplified Payment Verification) é um método utilizado pelos nós de uma rede blockchain para verificar a validade de transações sem a necessidade de baixar e validar toda a cadeia de blocos completa.

Caso a blockchain colateral não evolua e queira encerrar sua atuação é só devolver os bitcoins para a blockchain principal.

Essas novas possibilidades são uma das sugestões da BIP300 e 301 que propõem um soft fork e essa função de peg, ou seja, de bitcoins darem lastro na criação de blockchains colaterais.

Peg (calçar/fixar): significa vincular o valor de uma criptomoeda a outra. Os pegged tokens, ou tokens vinculados, são 100% respaldados por sua moeda nativa na reserva.

Dessa forma, os mineradores poderiam rodar a blockchain bitcoin e ainda minerar outras blockchains adjacentes, sem necessidade de mudar o software e nem o mecanismo de consenso original.

Essas camadas adjacentes na rede bitcoin poderiam acabar com a função de muitas altcoins.

Assim como a  rede lightning elimina a necessidade de altcoins como meio de pagamento rápido e barato, também é possível ter uma rede Ethereum incorporada ao protocolo do Bitcoin. Esse cenário já é uma realidade com a Liquid Network da Blockstream, que oferece recursos de vários protocolos, além de melhorar a privacidade e a fungibilidade na rede.

Altcoins podem ser criadas no Bitcoin?

No entanto, é importante mencionar que essas mudanças também enfrentam várias críticas.

A crítica mais proeminente é que a adoção de tais alterações no Bitcoin poderia levar à reprodução do que já existe no mundo das criptomoedas atualmente: uma variedade de “shitcoins” e protocolos fraudulentos que se concentram na especulação sem fornecer valor real.

Os bitcoiners mais preocupados com o ethos bitcoiner expressam preocupação e rejeitam a incorporação dessas funcionalidades na rede do Bitcoin, argumentando que tais práticas já ocorrem em outras blockchains.

Além disso, é importante ressaltar que algumas dessas mudanças exigiriam soft forks com alterações no tamanho do bloco. Essa questão é particularmente delicada e controversa, pois mexer com o tamanho do bloco do Bitcoin pode acarretar em debates acalorados e divisões dentro da comunidade.

Após o fork do Bitcoin Cash e a controvérsia em torno do tamanho dos blocos ocorrida em 2017, mencionar a possibilidade de aumentar o tamanho dos blocos gera apreensão entre muitos bitcoiners. Isso ocorre porque o aumento do tamanho dos blocos pode comprometer a descentralização da rede, uma vez que requer maior capacidade de armazenamento para executar um nó completo.

Essa discussão já foi amplamente debatida em 2017, e ainda há uma grande cautela quando se trata de expandir o tamanho dos blocos.

Integração Bitcoin e Criptomoedas

Essas novas possibilidades de integrar o mundo das criptomoedas dentro do Bitcoin, proporcionando maior segurança para as inovações emergentes, representam um ponto crucial para a evolução do mercado.

Especialmente agora que a rede Lightning irá permitir também a criação de tokens e já está à frente como o protocolo que mais desenvolve soluções baseadas em Bitcoin.

Assim como ocorreu com a internet usando o protocolo TCP/IP, a tendência dos protocolos de comunicação é consolidar tudo em um único padrão. A existência de vários protocolos diferentes realizando as mesmas funções, mas com linguagens distintas, dificulta a conexão entre essas inovações e a interoperabilidade.

No âmbito dos protocolos financeiros, estamos vivenciando uma fase semelhante aos anos 90 da internet, com diversos protocolos coexistindo, mas um deles se destacando: o Bitcoin.

Importância da segurança e descentralização

Outro ponto importante é que não basta construir inovação em blockchains altamente versáteis, mas que podem estar sujeitas a bugs, hacks e travamentos a qualquer momento devido à falta de segurança e descentralização. O mecanismo de consenso Proof of Work é amplamente reconhecido como sendo mais seguro do que o Proof of Stake e mais resistente a ataques.

Embora outros mecanismos de consenso tentem simular e virtualizar a segurança do mundo físico, que transforma energia em hashes por meio do Proof of Work, o Proof of Stake (PoS), Proof of Authority (PoA) e outros ainda não conseguiram provar ser mecanismos seguros e descentralizados. Pelo contrário, é nesses mecanismos de consenso que as falhas têm sido mais frequentes e exploradas por atacantes.

Rumos do Mercado Cripto

Essa é uma das discussões mais acaloradas: será que o mundo cripto vai surgir a partir do Bitcoin e, após muita experimentação, hacks e erros, o mercado vai retornar para dentro do BTC novamente?

Deixo aqui essa pergunta para reflexão.

Enquanto isso, continuamos acompanhando de perto o que está sendo construído atualmente, algo que pode mudar para sempre os rumos do dinheiro, da economia e do mercado.

Quer saber mais sobre como o bitcoin pode acabar com as altcoins? Confira o vídeo abaixo!


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Carol Souza

Carol é uma das principais educadoras de Bitcoin no Brasil. Ela participou de seminários para desenvolvedores de Bitcoin e Lightning da Chaincode (NY) e é palestrante em conferências sobre Bitcoin ao redor do mundo.

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