A inflação está por todos os lados, todo mundo sente os efeitos, mas pouca gente sabe que a inflação é um imposto oculto.

Ela é uma forma de governos arrecadarem ainda mais dinheiro sem parecer que estão fazendo isso.

Continue lendo para entender o que é inflação, como ela pode ser um imposto e mais!

O que é inflação?

O primeiro passo para entender a causa da inflação é reconhecer que ela é um fenômeno monetário.

Portanto, inflação é o resultado de um aumento rápido na quantidade de dinheiro circulante.

Dinheiro, assim como qualquer produto, ativo ou bem que tem um preço está sujeito às leis da oferta e demanda. Logo, se existem unidades limitadas de um produto e a demanda aumentar, esse produto tende a ficar mais caro. Agora, se o número de unidades aumentar mas a demanda seguir a mesma ou cair, o produto começa a perder valor, ou seja, ele tende a se desvalorizar.

O mesmo acontece com o dinheiro, se a demanda por dinheiro é a mesma, mas a quantidade de notas ou unidades aumenta, o dinheiro tende a se desvalorizar.

Relação com o governo

Os governos controlam a quantidade de dinheiro a ser emitida, portanto, a inflação no Brasil é reflexo das políticas monetárias do Bacen, vulgo Banco Central do Brasil.

Os políticos e economistas costumam dizer que a inflação é produzida por empresários gananciosos, por grupos, por razões externas ou até mesmo por um produto específico.

Sim, os empresários são gananciosos, assim como a maioria das pessoas são. Porém, situações adversas acontecem o tempo todo e produtos específicos podem subir de preço momentaneamente se eles se tornarem mais escassos.

Como bem dizia Milton Friedman:

“nem empresários, nem as pessoas e nem situações adversas  podem produzir inflação monetária sozinhas, porque ninguém tem o poder de imprimir dinheiro. Somente o Bacen, os bancos centrais, tem a impressora e podem produzir inflação monetária.”

“A inflação é sempre e em toda parte um fenômeno monetário, no sentido de que é e pode ser produzida apenas por um aumento mais rápido na quantidade de dinheiro do que na produção.” – Milton Friedman

Brasil, EUA, Europa e a maioria dos bancos centrais imprime dinheiro para financiar suas despesas e troca por títulos.

A imagem abaixo mostra como os Bancos Centrais dos EUA (USCBBS), Japão (JPCBBS), Europa (EUCBBS) e Brasil (BRBBS) expandiram seus balanços apoiados em suas impressoras.

Balanços dos Bancos Centrais dos EUA, Japão, Europa e Brasil
Fonte: TradingView

Esquerda, direita ou centro?

Inflação generalizada de diversos produtos e serviços na economia é um evento monetário, reflexo do aumento da oferta de dinheiro circulante.

Independente se você é de direita ou esquerda, ambos os lados da política usam as mesmas ferramentas para financiar seus mandatos e acabam criando inflação.

A Venezuela está sofrendo com a inflação há anos, porque expandiu sua oferta monetária, e é governada por líderes de esquerda.

Aqui no Brasil, a direita estava no poder e a gente também observava grande disparada da inflação e expansão monetária.

Na Alemanha, o governo é centrista e a inflação também está batendo recordes porque o banco central europeu expandiu base monetária.

Por isso, essa não é uma crítica a lados políticos de centro, direita e/ou esquerda, pois todos fazem a mesma coisa quando estão no poder. Infelizmente, só muda o rótulo, porque o conteúdo e as linhas de atuação são basicamente as mesmas, não abrem mão de ter a impressora a postos.

Como a inflação pode ser um imposto?

A inflação pode ser considerada um “imposto invisível”, pois diminui o poder de compra das pessoas e aumenta o custo de vida.

Além disso, a inflação aumenta os preços dos produtos e serviços, funcionando como um imposto indireto. As empresas repassam os custos adicionais aos consumidores, que pagam mais pelos mesmos produtos e serviços.

Assim, tem uma informação que pouca gente sabe, a inflação é uma forma de tributação ou imposto e isso acontece de três formas.

Veja abaixo:

Primeira forma: Senhoriagem

A primeira é quando o governo gasta mais do que arrecada em impostos. Assim sendo, ele compensa essa diferença imprimindo dinheiro, ou seja, criando digitalmente em um computador.

Já imaginou ter uma impressora de dinheiro em casa e pagar os boletos criando dinheiro? Isso resolveria o problema de qualquer pessoa, não é mesmo? Pois é assim que governos fazem…lucrando com as impressoras e ignorando as consequências.

Esse lucro com a impressão de dinheiro é chamado de senhoriagem.

Segunda forma: Imposto de Renda

A segunda forma acontece na hora da arrecadação do imposto de renda.

Digamos que os preços subam 10% e sua renda suba 10%. Você acha que está na mesma posição, mas, não está! Você é empurrado para uma faixa de renda mais alta na hora de declarar seu IR.

Nesse tipo de situação os preços e seu salário subiram 10% para tentar compensar a inflação, mas os impostos que você paga podem aumentar em 15%.

Aí vem aquelas noticias que demonstram tudo isso. As tabelas de enquadramento de imposto de renda estão sempre desatualizadas propositalmente.

Notícia sobre inflação no G1
Fonte: G1 

Isso aumenta a arrecadação tributária dos governos.

Quer dizer que nominalmente parece que você está ganhando mais, recebe valores maiores, seu poder de compra não aumentou porque a inflação também aumentou, mas você paga mais imposto como se estivesse ganhando muito mais!

A inflação e IR hoje no Brasil

Hoje no Brasil o número de pessoas que estaria isento do pagamento do Imposto de Renda quase triplicaria caso a tabela fosse corrigida pela inflação acumulada desde 1996.

A faixa de isenção subiria para os que ganham menos de R$ 4.465,35, de acordo com levantamento da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco).

Atualmente, todos que ganham mais de R$ 1.903,98 mensais pagam IR, número que corresponde a menos de dois salários mínimos. Assim sendo, apenas 8,2 milhões de pessoas não pagam IR porque têm rendimentos abaixo desse valor, que não sofre correção há anos.

Esse número saltaria para 23 milhões de brasileiros, caso a faixa de isenção fosse ajustada pela inflação. Essa defasagem supera 134% de correspondente à inflação acumulada entre 1996 e 2021. Então, percebe-se que isso é uma política de Estado.

Todos, independente do partido, ignoram esse reajuste pois se torna muito mais conveniente imprimir dinheiro, gerar inflação, aumentar a arrecadação e depois fazer corpo mole pra reajustar. Entretanto, o grande problema é que a maioria das pessoas ainda está inconsciente em relação a esse círculo vicioso de impressão de dinheiro, destruição de poder de compra e ainda maior arrecadação provocada por toda essa distorção!

Terceira forma: Emissão de dívidas e títulos

A terceira forma como os governos lucram com a impressão de dinheiro é emitindo dívida e títulos.

As pessoas emprestam dinheiro para governos que emitem um título de dívida em um valor “x” que irá pagar uma taxa de juros e uma data de pagamento pré-acordada. A questão é…quando a pessoa pegar o valor emprestado, os juros já estarão defasados pela inflação. Logo, a taxa de juros pré-acordada e o valor emprestado terão sido destruídos, não havendo o mesmo poder de compra, ou seja, derretendo o lucro real de quem empresta.

Veja o seguinte exemplo, o tesouro Selic pagou 4,42% em 2021, mas a inflação foi de 10,2%, logo, houve uma rentabilidade real negativa de -5,8%. Isso quer dizer que tanto o valor aportado quanto os 10% recebidos derreteram de poder de compra.

Isso é reflexo da expansão monetária de mais de 50% da oferta de reais desde 2020, mais a manutenção de juros excessivamente baixos durante este período.

Essa manipulação nas duas pontas, criação de dinheiro e taxas de juros (oferta e demanda) é o que causa essas grandes distorções no sistema fiat.

Trading View
TradingView

A inflação é um recurso maravilhoso para governos porque eles se beneficiam imprimindo dinheiro pra pagar as próprias contas, arrecadando ainda mais ao não atualizar as tabelas de arrecadação e gerando dívida com investidores que terão sua rentabilidade diluída pela própria impressora. O valor recebido ao final do título não terá mais o mesmo poder de compra que no início do contrato, podendo até ter retornos negativos.

Será por isso que Biden considera a inflação um ótimo ATIVO?

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Fonte: Bloomberg

A inflação é um ativo para burocratas, mas um passivo para a população

Não é fácil vencer a inflação!

A inflação é uma areia movediça financeira, uma distorção da realidade, um buraco negro que puxa valor das nossas carteira, salários, investimentos e negócios.

É por isso que governos gostam tanto de terceirizar a culpa. O intuito é tirar o foco do que realmente importa, para isso culpam o outro partido político, outros países, setores da indústria, empresários, milhares de razões externas a eles. Mas, a culpa é sempre de quem aperta o botão da impressora.

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Como governos podem controlar a inflação?

A cura para a inflação é apoiada em duas ações:

  • reduzir gastos do governo
  • aposentar a impressora

Entretanto, o grande problema em busca dessa solução é justamente haver vontade política pra isso.

É muito conveniente ter a possibilidade de imprimir dinheiro para “resolver” os problemas e deixar as consequências disto para o próximo que assumirá o mandato ou até mesmo para as próximas gerações.

Em economia as coisas acontecem devagar e é por isso que, em média, o aumento na oferta monetária leva cinco ou seis meses para afetar as pessoas e 12-18 meses para que isso apareça nos preços nas prateleiras.

A gente consegue ver claramente de 2020 pra cá, quando o governo brasileiro aumentou em 50% o dinheiro circulante e de lá pra cá a inflação foi para dois dígitos.

A mesma coisa aconteceu com o banco central americano, europeu e vários outros que também expandiram o volume de dinheiro circulante e agora a inflação está atingindo o mundo todo.

Leia também: Governos podem proibir o Bitcoin?

Como Bitcoin pode ajudar a se proteger da inflação?

Por mais que Bitcoin tenha caído 60% desde a sua máxima histórica(novembro de 2021), ele tem sido o ativo com melhor ROI e melhor risco retorno não só na última década como nos últimos 5 anos quando comparado com ativos tradicionais.

Gráfico do Bitcoin (Últimos 5 anos)
Fonte: CaseBitcoin.com

Bitcoin pode ajudar populações inteiras a não ficarem suscetíveis às impressoras de dinheiro porque não permite inflação monetária. Portanto, ninguém pode expandir o número de moedas a benefício próprio, penalizando o restante dos usuários.

Além disso, marca o início de um novo sistema financeiro, mais justo e que descorrelaciona seus fundamentos dos cubos de gelo, que são as moedas fiat.

Quer saber mais? Confira o vídeo completo aqui:


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Carol Souza

Carol é uma das principais educadoras de Bitcoin no Brasil. Ela participou de seminários para desenvolvedores de Bitcoin e Lightning da Chaincode (NY) e é palestrante em conferências sobre Bitcoin ao redor do mundo.

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