Em educação financeira existem alguns jargões usados como um mantra para guiar investidores.

Eu mesma comecei investindo em ativos tradicionais, renda fixa e variável, e segui muitos desses preceitos.

Mas, quando comecei a estudar bitcoin, percebi que ele, muitas vezes, batia de frente com essas frases famosas de educadores financeiros bem como:

  • valorização passada não é sinal de valorização futura;
  • fazer o dinheiro trabalhar para você;
  • tesouro direto é o ativo mais seguro!

“Valorização passada não é sinal de valorização futura”

Ativos tradicionais não são previsíveis. Um título de uma empresa ou de um governo podem mudar suas políticas e propriedades constantemente.

Assim, como os fundamentos são facilmente modificáveis, não tem como garantir que no futuro o título não irá mudar, e com isso a performance irá também mudar.

Sistema Fiat

No sistema fiat, mudar é uma forma de se adaptar a diferentes cenários. Porém, isso traz muitas variáveis à mesa e um grau de incerteza ainda maior nos fundamentos dos ativos.

Portanto, no sistema fiat essa crença até faz sentido. Ou seja, ativos e cenários mudam o tempo todo e nada pode ser dado como garantido.

Bitcoin e sua imutabilidade

O Bitcoin mudou essa concepção, pois a valorização passada dele é sinal de valorização futura, isso ocorre por causa de propriedades imutáveis que não se modificam de acordo com o cenário.

Ou seja, a escassez, descentralização, distribuição dos nodes e mecanismo de consenso do Bitcoin são propriedades extremamente difíceis de se alterar.

Preço volátil?

Contudo, muitas pessoas ainda duvidam da sua imutabilidade e usam o preço para exemplificar isso.

É a clássica “se o bitcoin é tão imutável porque o preço é tão volátil?”.

O preço do bitcoin é completamente mutável pois ele depende mais da psicologia de quem compra, do que de propriedades físicas, matemáticas e computacionais do protocolo btc.

Assim, o bitcoin é imutável porque sua política monetária e o código que determina isso não se muda ou altera.

Valorização e fundamentos

A valorização do Bitcoin é causda pela demanda crescente, escassez matemática (já se sabe como será a emissão de novos bitcoin com 100 anos de antecedência) e pelos choques de oferta que causam picos de valorização cíclicos.

Assim sendo, esses cronograma de emissão decrescente de moedas não vai mudar, e mesmo com turbulências no cenário econômico, bitcoin não depende de governos, empresas ou moedas fiat. Ele é um sistema financeiro independente e alternativo que está sendo monetizado. Assim, o preço pode até mudar, mas os fundamentos não.

Bitcoin tem crescido em adoção, em poder computacional e é uma antítese aos bancos centrais no sentido que não permite desvalorização via inflação monetária, ou seja, via impressão de dinheiro.

Portanto, como bitcoin não muda sua emissão,mesmo frente a cenários desafiadores, a tendência é de valorização no longo prazo.

Há riscos de falhas?

É claro que há riscos de bugs.

Mas, bitcoin roda liso 99,98% há quase 10 anos, e isso mesmo sendo alvo de ataques constantes. Ele segue incólume e com a rede com maior poder computacional protegendo o protocolo.

Veja abaixo:

Porcentagem em que a rede vem trabalhando
Fonte: Bitcoin Uptime.org

Assim, o mais provável são as moedas fiats falharem antes do bitcoin, o que já acontece há décadas.

Veja o quanto de moedas que foram extintas após eventos hiperinflacionários.

A cada momento um país diferente passa por esse processo, ja vimos Venezuela, Argentina, Turqueia e até mesmo o Brasil passar por isso, este último já renomeou sua moeda mais de 8 vezes nos últimos 100 anos.

Isso tudo ocorre pois as fiats estão apoiadas em bolhas de crédito, em impressão de dinheiro e na confiança que as pessoas tem nos governos em “controlar a economia”, algo que nunca deu certo no longo prazo, visto que governos não resistem à possibilidade de ligar as impressoras de dinheiro ou de manipular demanda (juros).

Concluindo, como o Bitcoin não pode ser modificado nem pela pessoa mais poderosa do mundo e nem por governos, ele substitui a confiança nos políticos pela confiança na matemática, na física e na termodinâmica, que são leis universais da natureza e também não mudam.

“Faça o dinheiro trabalhar pra você”

As pessoas decidem trocar seu dinheiro por ativos que tendem a se valorizar no futuro, como:

  • títulos do governo;
  • tesouro direto;
  • ações de empresas;
  • letras de crédito;
  • etc.

Mas, tudo isso está denominado em moedas que perdem valor constantemente. Logo, é uma força negativa em qualquer investimento tradicional.

As pessoas foram estimuladas a aprender a investir porque o dinheiro é falho, ele não conserva valor.

E pior, muitos acham que investindo elas estão ganhando dinheiro, quando na verdade elas estão conservando parte do poder de compra, porque muitas vezes os investimentos não ganham da inflação.

Em 2021, por exemplo, nenhum ativo brasileiro ganhou da inflação, veja abaixo.

Só aplição em bitcoin ganhou da inflação em 2021 (notícia).
Fonte: Valor Econômico

Portanto, investir só em ativos fiat, especialmente de renda fixa, é como andar em uma escada rolante invertida, na qual te empurra para trás mesmo que você tente andar pra frente.

escada rolante

Assim, não existe isso de “fazer o seu dinheiro trabalhar para você”.

Ele é fiat e está sempre trabalhando CONTRA você por causa da inflação monetária inerente às moedas governamentais.

Bitcoin trabalha para você?

Sim! O único dinheiro que de fato trabalha pelas pessoas é o Bitcoin.

Conforme já foi dito, o bitcoin é uma reserva de valor em adoção que está sendo monetizada conforme essa adoção avança. Isso quer dizer que bitcoin se valoriza exponencialmente porque as pessoas percebem que as fiats são um cubo de gelo.

É uma ferramenta para qualquer pessoa que queira proteger seu patrimônio da desvalorização fiat, da censura, do confisco por terceiros e também para pessoas que cansaram de confiar em políticos, que prometem criar políticas monetárias e econômicas saudáveis no longo prazo, coisa que nunca aconteceu.

A gestora Fidelity lançou um estudo que projeta a valorização do bitcoin conforme sua adoção aumente e cresça. Bitcoin já é considerado uma nova tecnologia financeira, um novo tipo de dinheiro e, por isso, uma das formas de tentar projetar sua valorização é comparar à sua adoção com outras tecnologias, veja abaixo.

gráfico comparativo da adoção do bitcoin com celulares e internet
Fonte: Fidelity

Conforme você pode ver na linha laranja, a Fidelity comparou à adoção ao bitcoin com a velocidade de adoção da internet. Até porque bitcoin é considerado a internet do valor.

Pense que se a internet descentralizou a informação, bitcoin descentraliza o acesso ao valor incensurável, apolítico e anti-inflacionário.

Na linha azul está um comparativo com à adoção aos celulares, tecnologia bastante disseminada nos dias de hoje.

Eles projetaram que até 2030 um bitcoin deve valer cerca de 343 mil dólares, caso a velocidade de adoção for parecida com a dos telefones celulares, e 1,2 milhão de dólares se bitcoin tiver uma adoção parecida com a da internet.

Essa projeção positiva de valorização faz sentido porque se a gente observar o gráfico do bitcoin, isso já é o que está acontecendo…

Bitcoin tem se valorizado exponencialmente, como qualquer nova tecnologia. Logo, ele tem, claro, muita volatilidade e quedas enormes de preço. Porém, as subidas sobrepõem no longo prazo as correções de curto prazo.

Como os fundamentos do bitcoin não mudam, e muito pelo contrário, se fortalecem conforme a adoção avança, fica cada vez mais difícil parar essa bola de neve de feedback positivo.

“Tesouro direto é o ativo mais seguro, é muito difícil um governo falir!”

Ok, governos falirem é algo meio catastrófico! Mas, também não sustenta essa afirmação de segurança toda.

Títulos públicos não são tão seguros assim porque dependem das decisões de terceiros, bem como de bancos centrais, que muitas vezes se dizem independentes, mas acabam defendendo a vontade política de quem está no poder.

No gráfico abaixo você irá ver que bancos centrais mantiveram taxas de juros excessivamente baixas em 2020 e 2021, o que causou uma onda de valorização negativa.

Os títulos acabaram perdendo pra inflação!

Gráfico de juros e inflação ao redor do mundo
Fonte: Brookings

Isso quer dizer que não precisa o país afundar e falir, basta um pitadinha de interesse político, impressão de dinheiro e manipulação das taxas, para quem investe em títulos públicos perder dinheiro pra inflação.

Olha o que aconteceu com o Sri Lanka recentemente, o país foi à falência e está buscando resgate com o FMI. A própria Argentina já foi resgatada várias vezes pelo FMI, senão também iria à falência.

O próprio Brasil já foi resgatado pelo FMI algumas vezes ao decorrer das últimas décadas e ainda hoje possui uma dívida de 90% do PIB com a instituição, por exemplo.

Isso quer dizer que é difícil um país falir, ele pede emprestado para outros países, como Estados Unidos e Europa. Ou seja, países acabam recorrendo a impressoras de outros países quando a sua quebra.

Mais um motivo para que que Bitcoin seja considerado por alguns investidores como um seguro contra o colapso sistêmico da economia, controlada pelos bancos centrais.

Pode até parecer arriscado investir em bitcoin quando a gente observa a sua volatilidade. Mas, quando se percebe que nenhum banco central no mundo consegue modificar as regras do bitcoin, como eles fazem com as suas próprias políticas monetárias, bitcoin se torna um dos poucos ativos não correlacionados ao sistema fiat nas suas propriedades.

Assim, apesar do preço ainda seguir as dinâmicas de ações e ativos de risco, em nada esses outros ativos implicam no código Bitcoin.

E aí? Quer entender mais sobre esse assunto?

Nesse vídeo vamos falar porque bitcoin bate de frente com muitas das “leis” mais aceitas em educação financeira e como bitcoin desafia as regras mais conhecidas na economia fiat. Confira!


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Carol Souza

Carol é uma das principais educadoras de Bitcoin no Brasil. Ela participou de seminários para desenvolvedores de Bitcoin e Lightning da Chaincode (NY) e é palestrante em conferências sobre Bitcoin ao redor do mundo.

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